segunda-feira, 30 de setembro de 2013

De volta à cozinha


Olá a todos,

Pois é meus amigos, para alegria de uns e desgosto de outros, o Outono já chegou (oficialmente no dia 22 de Setembro), quer queiramos, ou não.

Os dias estão a ficar mais curtos, mas curiosamente, esta “altura” do ano é recomeços, regressos e retoma de rotinas. Tanto para miúdos, como para graúdos, uns recomeçam estudos, outros empregos, mas uma coisa é certa, muitas é uma altura que é por vezes crítica. Se não vejamos, regressamos em força, com baterias renovadas e tentamos reentrar em rotinas, por outro lado, os dias ficam menores e começam a ficar mais frios e chuvosos … conclusão …é uma época ideal para gripes, constipações, perdas de paciência, 
aumento do mau humor, entre outras patologias.  

Desta forma, o Barrigana acredita que devemos preparar-nos o melhor possível para este período começando pela nossa alimentação, afinal de contas, é como diz o ditado, “somos o que comemos”, ou como dizia Hipócrates “faça do seu alimento o seu medicamento”. Assim, hoje venho deixar-vos algumas recomendações alimentares para fazer frente ao qua aí vem.

Armem-se em esquilos e comam frutos secos

Os frutos secos (abundantes nesta época) são óptimos tanto para miúdos como para graúdos, pois são indicados para quem recomeça rotinas de trabalho e estudo. Como já aqui disse há algum tempo atrás, os frutos secos são indicados para actividades cerebrais, são ricos em gorduras, logo boas fontes de energia, assim como ricos em fósforo, cálcio, ferro, magnésio, potássio, sódio e cloro.

São também grandes combatentes do envelhecimento das células sendo que, principalmente as nozes, ajudam a reduzir o risco de mortalidade por cancro (menos 40%), ou doenças cardiovasculares (menos 55%). Segundo um estudo realizado recentemente pelo BMC Medicine, o consumo de cerca de 30g dos chamados frutos secos gordos (nozes, amendoins, entre outros) mais de três vezes por semana aumenta a longevidade, ajuda a reduzir os índices de massa gorda, de perímetro abdominal e reduz a incidência de diabetes do tipo 2. 

Lembrem-se dos ursos, preparem-se para hibernar

Abasteçam-se dos vegetais da época, abóboras, espinafres, beterrabas, batatas, acelgas, rúcula, laranjas, limões, maçãs, romãs, peras, castanhas, avelãs, para refeições cada vez mais quentes e reconfortantes à medida que o frio avança. Os vegetais ajudam a prevenir as gripes e constipações, não só em saladas, mas também em sopas quentinhas. Logo, logo, vão começar a chegar as laranjas para dar uma ajuda.

Desapertem o monge budista que há em vós e bebam chá

Os chás, sempre guarnecidos com uma boa colher de mel (antibiótico e anti-inflamatório natural), ou com raspas de limão e umas rodelinhas de gengibre (outro excelente anti-inflamatório natural, antioxidante, usado no tratamento de gripes e constipações, inflamações na garganta, entre outros sintomas) que também são óptimos, aquecem o corpo e a alma.

Por isso já sabem, toca a preparar.

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Caldo d’Aves


Caríssimos,

Como já estamos oficialmente no Outono e já que hoje foi o primeiro (e horrível) dia de chuva, o Barrigana resolveu trazer-vos hoje uma receita que ajuda a matar qualquer “bicho” (constipações e resfriados) que possam agarrar-se a vós nesta época de mais frio e chuva.

Assim, apresento-vos o “Caldo de Aves”. Esta receita é original dos meus pais, que recorrem sempre a ela quando toda a gente chega tarde para jantar e não há grande coisa, nem tempo para cozinhar.

É também um daqueles caldinhos indicados para quando ou estamos doentes/engripados, ou de ressaca, nessas alturas não há nada melhor, garanto-vos. Outro dos grandes benefícios desta sopa é quando temos “daquelas almoçaradas” em que ficamos demasiadamente cheios para jantar “comida sólida”, também cai sempre bem.

Rápida, saborosa e barata, é uma sopinha com poucos ingredientes e que, caso queiram, alimenta várias pessoas e pode durar por vários dias. Vão precisar de:

(para 3 a 4 pessoas)
- Cerca de 1l de água;
- 2 “mãos cheias” de massa tipo “pevide” (ou outra de tamanho pequeno);
- 1 caldo de galinha;
- Hotelã, salsa ou cebolinho q.b. (opcional);
- sal e pimenta q.b.;

Numa panela coloca-se a água com uma colher de chá de sal grosso e deixa-se levantar fervura. Depois junta-se o caldo de galinha, a massa e deixa-se cozer. Uma vez cozida tempera-se com sal e pimenta a gosto e com algumas folhas de salsa, cebolinho ou hortelã picada (a(s) que preferirem) e está pronta. É só servir.

Nesta altura muitos de vocês estão a pensar… “PFFF…só isto? Assim também eu…”. Pois eu disse que era bastante fácil.


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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Taberna Maria do Correio


Olá caríssimos,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de um restaurante/taberna situado na zona de Alvalade, mais precisamente no número 5 D da Rua Acácio Paiva. A Taberna Maria do Correio (de seu nome) é uma casa (portuguesa, com certeza) onde a ementa está cheia de pratos tradicionais do nosso país, mais especificamente de Trás-os-Montes.

Decorada como se disso mesmo se tratasse, ou seja, de uma casa de família, do mais tradicional que se pode encontrar em Portugal, a Taberna proporciona um ambiente muito descontraído, com um toque ligeiramente “retro” apimentado por um pouco de humor, presente em vários “artigos” que decoram todo a casa (o mais icónico é, sem dúvida, o famoso quadro do “Menino da Lágrima”).

O atendimento é bastante simpático e pessoal e a refeição é muito bem acompanhada pelo fado que está sempre presente para completar o “retrato de família”.

Para o ambiente ficam os quatro Barriganas.

Relativamente à ementa, esta está repleta de bons petiscos e pratos tradicionais, que fazem engrandecer o nosso orgulho nacional. Começando pelas entradas, devo destacar uns saborosos “ovos com tomate” e uma irresistível “alheira grelhada”, para prato principal e para animar a festa uma “Posta Mirandesa” e uma “Costeleta Mirandesa” (devo confessar que nesta parte, o meu orgulho nacional rebentou a escala e soltei uma pequena lágrima), simplesmente fantástico. Para terminar, destaco uma docinha “tarte de frutos silvestres”.

Tudo isto bem regado por um também excelente vinho trasmontano, “Montes Ermos”.

Assim, para a ementa ficam os quatro Barriganas.

Em relação ao preço, ronda em média 10 e os 25€ por pessoa, o que é um preço simpático, nos dias que correm, por uma refeição bastante saborosa.

Para o preço ficam os quatro Barriganas.

Descontraído e com uma ementa saborosamente portuguesa, a “Taberna Maria do Correio”, é um excelente sítio para uma agradável refeição.

Barrigana recomenda.


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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Compras em Espanha


Olá a todos,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de algo que está muito mal no nosso país por estes dias (uma de muitas coisas). Antes de mais devo esclarecer de que não tenho qualquer cor ou filosofia político-partidária, apenas acredito no que é melhor para Portugal e neste momento acho que deveríamos repensar bem algumas políticas económicas e fiscais.

Há umas semanas atrás fui a uma localidade espanhola perto da fronteira e pouco tempo depois de lá ter estado deparei-me com a enorme discrepância entre os preços de Espanha e de Portugal. Sim, é óbvio que esta é já uma questão muito falada, principalmente quando se fala de combustíveis, mas essa discrepância alarga-se também a vários produtos alimentares, que, de uma maneira geral, são muito mais baixos.      

Não me levem a mal, sou bastante nacionalista no que se refere à compra de produtos nacionais, sou daqueles que tem como lema “O que é nacional é bom.” (e não estou a falar das massas, claro), mas é totalmente impossível competir com a maioria dos preços praticados pelos super-mercados espanhóis. É de fazer “cair o queixo” a qualquer um. Se não vejamos este pequeno esquema:

Portugal (preços médios)                                                                Espanha
Tomate seco – embalagem de 150g= 4.69€                                    embalagem de 80g=1.65€
Vagem de baunilha – embalagem de 2un=3.49€                              embalagem de 2un= 0.85€
Sucedâneo de Caviar – embalagem de 105g= 11.05€                     embalagem de 75g= 1.85€
Nachos mexicanos – embalagem 200g=3.04€                                 embalagem de 150g= 0.90€
Tortilhas mexicanas – embalagem 8un= 3.29€                                 embalagem de 10un= 1.20€

Mas estes exemplos são apenas a “ponta do iceberg” a lista é quase infindável, desde açafrão em filamentos (a especiaria mais cara do mundo) “ao preço da chuva” e até trufas em frasco ao mesmo preço de batatas, muitos desses produtos até nem existem nos super-mercados por cá.

Mesmo assim, perante isto continuo a defender que não há nada melhor do que a nossa carne, peixe, vegetais, fruta, enchidos, conservas… facto este que nos deveria obrigar a repensar as nossas políticas (económico-fiscais) em relação à produção e comercialização de matérias-primas e de recursos alimentares nacionais. Estas benesses à produção e aos produtores nacionais iriam tornar o nosso país mais auto-suficiente em relação a certas matérias-primas alimentares e iria tornar também os nossos produtos mais competitivos, o que só por si iria ajudar e muito a nossa economia – até um “zero à esquerda” em economia (como eu) percebe isto.

Agora vamos fazer outro raciocínio, se basta passarmos a fronteira para que os nossos produtos sejam, literalmente, aniquilados pelos preços espanhóis, nem sequer vale a pena compararmos a competitividade dos mesmos, com a dos “super-hiper-mega” baratos produtos chineses, indianos, entre outros.

A meu ver – e volto a frisar que os meus conhecimentos de economia são mesmo muito maus – a solução passa em primeiro lugar pela diminuição da carga fiscal em relação aos produtos nacionais. No nosso país a percentagem mínima de IVA sobre este tipo de produtos é de 6%, enquanto que em Espanha a taxa mínima é de 4% (isto em termos de frutas e legumes frescos, legumes e tubérculos, pão branco, farinha, arroz e outros cereais, leite e queijo).

Já a taxa máxima de 23% é praticada em produtos cárneos processados, peixe, óleos, margarinas, frutas e legumes em conserva, aperitivos e snacks, refrescos e bebidas alcoólicas, em Espanha o IVA mais elevado (21%) só é aplicado nas bebidas alcoólicas.

Ora, em tempos de crise é praticamente impossível resistir a este tipo de preços, atrevo-me a dizer que até os mais nacionalistas se sentem tentados.

E para finalizar, até a pilhas (para nós com o respectivo “h”, se os espanhóis lhe chamam de outra forma, isso é lá com eles) alcalinas – embalagens de 8 unidades - são quase dadas, quando comparadas com as nossas.


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sábado, 21 de setembro de 2013

Pão de tomate


Olá minha gente,

Hoje o Barrigana traz-vos mais uma das suas receitas e desta vez uma que se pode adaptar a várias situações. É um prato que vai bem com várias receitas, desde torrado e regado com um pouco de azeite, como numas saborosas e ricas migas, ou açordas de marisco.

Assim, para hoje trago-vos um “Pão de tomate”. Esta receita é inspirada numa receita muito famosa em Espanha, principalmente na zona da Catalunha, que se chama “Pan con tomate”, que consiste basicamente numa torrada com um fio de azeite por cima e esfregada abundantemente com uma metade de tomate fresco. Ora diz-se que esta receita tem a sua origem em trabalhadores que se deslocavam da sua região para outras para trabalhar. Há quem conte a “lenda” de que muitos trabalhadores da província de Múrcia que, nos anos 20 do século XX, se deslocaram para Barcelona para trabalharem na construção do Metro, plantavam tomates ao lado da linha de comboio para os barrarem no pão e assim comerem enquanto trabalhavam.

Esta é uma espécie de combinação desta receita, com a receita italiana de pão de alho. No fundo é a minha humilde tentativa de incorporar várias combinações tradicionais da “Dieta Mediterrânica”. 
Para isto vão precisar de:

- Cerca de 350g de Farinha Tipo 55;
- Cerca de 0,7dl de Azeite;
- 10 a 11g de Levedura/ Fermento de padeiro (1 saqueta);
- 15g de sal (fino);
- Pimenta q.b.
- Cerca de 2 colheres de sopa de Concentrado de tomate;
- 1 colher de chá de colorante alimentar vermelho;
- Cerca de 7g de ervas de Provence;
- 4g de alho em pó

Primeiro juntam-se todos os ingredientes numa taça, tendo sempre atenção para que, na fase inicial (em que se introduz cada ingrediente) o sal e a levedura não entrem em contacto (para que o sal não “mate” – são seres vivos – a levedura). Depois mistura-se tudo muito bem, juntando água (da torneira), cerca de 200 a 250ml, até formar uma massa peganhenta.

Posto isto, retira-se a mistura da taça e começa-se a amassar numa superfície enfarinhada, por cerca de 10 minutos, até obtermos uma massa homogénea e elástica. Nesta fase, leva-se a levedar, dentro da taça, por cerca de uma hora, num local seco e escuro, a massa deverá ter o dobro do tamanho inicial.

Passado este tempo, retira-se da taça e amassa-se por mais alguns minutos e “dá-se” a forma desejada à massa e leva-se a levedar por mais 45 minutos, desta vez numa superfície plana e tapada (para que não perca a forma).

Antes ir ao forno, termina-se polvilhando com água e farinha. Vai ao forno por cerca de 45 minutos, ou até estar ligeiramente dourado e estaladiço por fora. 


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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Casa Primo dos Caracóis


Olá a todos,

Hoje venho falar-vos de um daqueles restaurantes que nos conseguem surpreender, apesar de todos os sinais indicarem o contrário.

Situado, literalmente, na berma da Estrada Nacional 125, mais precisamente em Quatrim Norte, Quelfes, Olhão, fica o Restaurante “Primo dos Caracóis”. À primeira vista, e sobretudo pelo nome, pensamos que é uma casa que se resume aos caracóis, bem estes são uma das principais razões pela fama desta casa. Mas não só.

Várias são as irresistíveis iguarias típicas da região que esta casa tem para apresentar aos seus visitantes. Devo recomendar os “biqueirões em vinagre” e “albardados”, ambos deliciosos, depois uns “alcabrozes fritos”, que acompanhados de umas gotas de limão se comem por inteiro. Continuo as minhas sugestões com umas já tradicionais “amêijoas à bulhão pato” e umas “ostras da ria abertas ao vapor”, umas inesquecíveis “conquilhas abertas”, “ovas de choco de tomatada” e umas crocantes “ovas de pescada fritas”. Para acompanhar todo este festim de petiscos, recomendo um “Terras do Grifo” branco e para rematar toda a refeição, a “tarte de limão merengada” desta casa é a minha sugestão.

Por tudo isto ficam os cinco Barriganas para a ementa.

Em termos de ambiente, “O Primo” (como muita gente lhe chama carinhosamente) é uma típica casa de petiscos com instalações confortáveis e com o seu “quê” de “caseirinho” com um atendimento simpático e muito competente. Apesar disto não se pode esperar uma bonita paisagem para a ria, ou coisa do género, só vamos ver carros a passar, o que por outro lado acaba por nos dar a possibilidade de apreciarmos com mais atenção a excelente comida e a companhia.

Para o ambiente ficam os três Barriganas.

Relativamente ao preço, ronda os 12 e os 15 euros, em média, por pessoa, o que tendo em conta a quantidade e a qualidade das iguarias apresentadas é um preço bastante acessível.     

Assim, ficam os quatro Barriganas para o preço.

Já sabem, experimentem, o Barrigana recomenda.


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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Annabel Langbein – Assado de Cebola roxa


Olá a todos,

Hoje, em mais uns “Desafios do Chef”, vou fazer uma saborosa receita de Annabel Langbein.

Annabel é uma célebre cozinheira amadora, escritora e apresentadora de programas de culinária da Nova Zelândia. Defensora acérrima do uso de produtos orgânicos, sazonais produzidos de uma forma sustentável, iniciou-se na cozinha por influência da sua mãe, mas nunca estudou para ser chef, apesar de ter feito alguns cursos de cozinha no Culinary Institute of America.

Antes disso formou-se em Horticultura (na Nova Zelândia), por influência do seu pai, que lhe passou o seu gosto por cultivar a sua própria horta. Hoje em dia, ela continua a cultivar os seus próprios vegetais, frutas e ervas aromáticas, que usa nos seus pratos.
Trabalha como jornalista/escritora de culinária desde 1984. Desde aí escreveu em várias revistas do género e já publicou 16 livros, que foram traduzidos em várias línguas. Para além disto fundou a sua própria produtora de televisão, através da qual se lançou no mundo dos programas televisivos sobre culinária.
A receita que vos trago hoje é precisamente de um desses programas, “The Free Range Cook”, que por cá passa no 24 kitchen. Assim, para hoje temos, “Assado de cebola roxa”. Os ingredientes são:

(Para 3 pessoas)
- 3 cebolas roxas (médio/grande);
- 2 colheres de chá de mel;
- 1 ½ colheres de sopa de vinagre balsâmico;
- 2 folhas de louro;
- 2 a 3 raminhos de tomilho;
- 3 cubinhos de manteiga;
- Azeite, sal e pimenta
Num tabuleiro para ir ao forno, previamente coberto por papel de alumínio e com um fio de azeite no fundo, dispõem-se as cebolas roxas descascadas, às quais cortamos as extremidades.
Depois regam-se com um fio de azeite, o vinagre balsâmico e o mel. Tempera-se com sal, pimenta, as folhas de louro e os raminhos de tomilho.
Antes de ir ao forno por 30 minutos, tapa-se com outra folha de papel de alumínio. No fim deste tempo, retira-se do forno e regam-se as cebolas com o molho que se forma no fundo do tabuleiro. Finaliza-se dispondo os cubinhos de manteiga no topo das cebolas e levando ao forno por mais 45 minutos, desta vez destapadas e a baixa temperatura.
Este prato é excelente para ser servido como acompanhamento de pratos de carne assada.

Experimentem, é muito saboroso.

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Especiarias


Olá a todos,

Como bom português eu adoro especiarias, ou não fossemos nós descendentes directos dos primeiros ocidentais que tiveram contacto e que comercializaram estes produtos.

Em casa, felizmente tenho um autêntico depósito das mais variadas especiarias e sempre que tenho oportunidade e vou aos locais indicados para as comprar, venho sempre com algumas na bagagem.
Hoje venho falar-vos de algumas curiosidades sobre especiarias.

Pimenta preta
Nos séculos XV e XVI, época áurea dos descobrimentos marítimos, o valor da pimenta em grão era tão alto, que esta era usada como moeda. Foi o grande valor que as especiarias atingiam nessa época, que ajudou à expansão do império português.

No Brasil, por exemplo, costuma chamar-se “pimenta-do-reino” à nossa pimenta preta, pois enquanto o Brasil ainda era uma colónia, eram os portugueses que forneciam esta especiaria, logo, como vinha directamente do reino, passou a chamar-se desta forma, em “terras de Vera Cruz”.  

Numa época anterior aos descobrimentos, na Idade Média, a pimenta preta era usada para disfarçar o sabor de alimentos que já estavam a entrar em decomposição. Devido ao seu sabor forte e um pouco picante, a pimenta conseguia sobrepor-se ao sabor da comida que estivesse numa fase inicial de decomposição.

Pimenta Szechuan
A pimenta Szechuan, é uma especiaria proveniente da província de Szechuan, na China (daí o seu nome).
Muitas vezes associada à família das pimentas preta e branca, esta é bem mais semelhante a especiarias como o cravinho ou o anis estrelado, devido ao seu aroma mais floral, levemente cítrico e pela sua cor rosa/avermelhada.

Um aspecto muito curioso desta pimenta é que, ao contrário do que muitas vezes se pensa, não é exactamente picante, mas possuí um químico que provoca dormência na língua, podendo, se usada em grande quantidade, adormece toda a boca.  Devido a este facto, na província de Szechuan é normalmente ser utilizada acompanhada de malaguetas fortes, para que a pimenta adormeça a língua, preparando a chegada do picante.

Cravinho
Originário das Ilhas Molucas, na Indonésia, o cravinho (ou cravo-da-Índia) é uma árvore que tem nos botões das suas flores (quando secos) uma das especiarias mais usadas em todo o mundo, desde a antiguidade.

Sendo actualmente mais cultivado noutras regiões como, Madagáscar e Granada, o cravinho é muito utilizado, para além da culinária, também na indústria farmacêutica, cosmética, na odontologia, medicina ayurvédica, na medicina chinesa e também na fitoterapia ocidental.

Tendo sido usada para temperar comida desde a antiguidade, esta especiaria foi uma das razões que levaram diversos navegadores portugueses ao continente asiático, tendo, no início do século XVI, um quilo de cravo atingido um valor equivalente a sete gramas de ouro.

Na China, por exemplo, os cravinhos eram usados não só como condimento, mas também como um anticéptico bucal. Qualquer pessoa que tivesse uma audiência com o imperador chinês teria que mascar cravinhos para prevenir o mau hálito.

A Indonésia é o maior produtor mundial de cravinho, detendo mais de 50% da sua produção. Esta situação verifica-se não tanto pelo uso culinário, mas mais para a indústria tabaqueira. Agora devem estar confusos. Passo a explicar. Neste país, é tradicional (e uma prática extremamente popular) fumar-se cigarros aromatizados com cravinho.       

Por isso já sabem, o Barrigana recomenda. Usem (e abusem) das especiarias.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Feijão à Cowboy


Olá a todos,

Hoje o Barrigana traz-vos mais uma das suas receitas. Esta é daquelas receitas que começam a saber-nos melhor à medida que o tempo vai arrefecendo, contudo, também nos satisfazem como acompanhamento de uma boa churrascada de carne no quintal, enquanto ainda está calor.

Assim, hoje trago-vos uns “Feijões à Cowboy”. Para fazer esta receita fui buscar inspiração ao prato inglês de “baked beans”, os tão famosos feijões comidos ao pequeno-almoço, em terras de sua Majestade. 

Lembro-me, na primeira vez que estive em Londres, de tê-los comido muitas vezes e de me ter sentido bastante dividido…”hummm, sabem muito bem, mas….são 9 da manhã e ‘tou a comer feijões.” De qualquer das formas, nesta receita tentei pegar nestes feijões e abrilhantá-los um pouco. Vão precisar de:

- Baked Beans (1 lata 415g com molho);
- ¼ de cebola (picada);
- 3 dentes de alho (picado);
- 1 pedaço de gengibre (com cerca de 2 cm picado finamente);
- 1 tomate (grande);
- Concentrado de tomate (em pasta 1 colher de sopa);
- 1 colher de chá de mostarda;
- ¼ de pimentos verde (picado);
- Cerca de 4 colheres de sopa de Ketchup;
- 2 folhas de louro;
- Cerca de 15 a 20cl de Café forte;
- Tabasco (a gosto);
-1 colher de chá de Cominhos;
- ½ colher de chá de paprika;
- 1 colher de sopa de Molho de soja;

Esta  receita é daquelas que é óptima pois basta cozinhar todos os ingredientes num só tacho e assim não perdemos tempo a lavar loiça. É o que os ingleses chamam de “one pot wonder” (“uma maravilha num só tacho”).

Para começar num tacho com azeite salteia-se a cebola, os alhos e o gengibre até ficarem translúcidos, depois juntamos o tomate cortado em pedaços, o concentrado de tomate e a mostarda. Deixa-se cozinhar por alguns minutos.

Nesta fase junta-se o pimento verde (para dar algum contraste ao sabor do tomate), deixando cozinhar um pouco. Posto isto, juntam-se os feijões com o liquido, seguido do ketchup e das folhas de louro. Deixa-se cozinha por cinco minutos com o tacho tapado.

Agora juntamos o café - eu sei que parece estranho, mas o café ajuda a dar mais corpo a todo o prato. 
“Apanhei” esta dica de uma receita do Jamie Oliver e, como aliás já era de se esperar, resulta na perfeição. Voltamos a deixar cozinhar, desta vez com o tacho destapado, para que o caldo reduza um pouco. Depois entram as especiarias, o tabasco, os cominhos, a paprika e o molho de soja. Atenção! Antes de terminar há que provar para corrigir os temperos e caso necessário junta-se sal e pimenta (desta vez não juntamos soja para que não sobressaia muito, apenas poderemos precisar de mais sal).      

Este é um prato que é muito bom por si só, acompanhado apenas com arroz branco, ou também como acompanhamento de carne grelhada na brasa.

Vão ver que no fim até vos vai apetecer soltar um…”Hiiii-haaawww!!!!”

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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O regresso dos Chefs da minha família


Olá minha gente,

É verdade meus amigos, os Chefs da minha família estão de volta. Desta vez venho dar-vos a conhecer as famosas habilidades culinárias de mais dois elementos da minha família.

A mãe da “Senhorita Barrigana”, Dona Linda, ávida apreciadora de picante e com um “dedinho especial” para o gourmet. O seu empadão de carne é do melhor que há, assim como o de peixe. E não poderia deixar de referir os seus famosos bifinhos de peru com molho de mostarda, receita criada pela própria, patenteada, e ai daquele que tente copiar.

A avó da “Senhorita Barrigana”, Dona Maria João, a matriarca da família, grande apreciadora de comida chinesa e que dedicou grande parte da sua vida a cozinhar para a família. É especialista em vários pratos como frango frito (ainda hoje há quem se babe só de pensar nele), tudo o que é arroz, de polvo, de cabidela, de conquilhas e ainda arroz de conserva. Tenho ainda que referir que as suas almôndegas são melhores do que qualquer uma feita em Itália.

Mais uma vez, tenho que dizer, que sem estas pessoas, o Barrigana nunca poderia ser da mesma maneira.


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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Casa da Dízima


Olá a todos,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de mais um daqueles restaurantes que nos deixa cravado na memória, cores, aromas e sabores, e que nos conseguem fazer recuar atrás no tempo, porque são verdadeiros “monumentos históricos”.

Situado no número 17 da Rua Costa Pinto, em Paço D’Arcos, o Restaurante “A Casa da Dízima”, é uma casa muito antiga, com paredes cheias de histórias, que mantêm o traçado original desde o século XV, onde era efectivamente o que o nome actual diz, uma casa de cobrança da dízima.

Ora, a dízima era um imposto com origens medievais (que se praticava nos portos do “mundo cristão”) e que consistia num tributo ao Rei, de dez por cento (uma dízima) do valor da mercadoria, ou de qualquer bem, carregado ou descarregado nesse porto.

Posteriormente, no século XIX, a casa foi usada por uma das figuras ilustres da vila, o patrão Joaquim Lopes, como comando do salva-vidas do serviço de socorros a náufragos, tendo mandado instalar uma sineta de alerta de ocorrências em dias de temporal, da qual ainda existem vestígios na fachada poente do edifício.

Depois destas aventuras, já nos nossos dias, a casa ganhou uma nova vida em Maio de 2003, com a sua abertura como restaurante, onde a harmonia entre o passado e o presente é bem visível, num jogo de contrastes entre as instalações modernas, descontraídas e confortáveis e a textura rugosa da pedra das 
paredes.

O atendimento é muito simpático e educado, repleto de boas sugestões, casa estejamos indecisos em relação a que pratos ou vinho escolher. Destaco também a esplanada situada no terraço do edifício, indicada para os dias de maior calor e que oferece uma vista privilegiada para o rio Tejo, ponte 25 de Abril e farol do Bugio.   

Para o ambiente ficam os cinco Barriganas.

Relativamente à ementa, é vasta e muito completa na variedade de pratos que apresenta. Tanto podemos comer um excelente prato de peixe, assim como um inesquecível prato de carne, sempre com produtos nacionais e da melhor qualidade. De qualquer forma, na minha opinião, os pratos de carne são (sem dúvida) o ponto alto da ementa, muito bem confeccionada e com opções quase infindáveis. Quero destacar para entrada uns saborosos “Bombons crocantes de farinheira, grelos e batata-doce, piso de salsa e redução de balsâmico” como pratos principais, uns suculentos “Medalhões de javali mimados, trouxa de Chévre, espinafres e tomate, puré de maçã e molho frio de uva moscatel”… sim tudo isto num prato. Destaco também um tenríssimo “Medalhão de vitela em creme de foie-gras e risoto de cogumelos silvestres”. Para sobremesa, sugiro de entre muitas saborosas sobremesas, e como ainda está calorzinho, um duo de gelados composto por “Gelado de Moscatel e gelado de maracujá (duas bolas) ”.

Tenho que destacar ainda a variada, quase rara nos dias que correm, garrafeira de que “A Casa da Dízima” dispõe. A escolha dos vinhos (tanto brancos, como tintos e até rosés) é bastante alargada e criteriosa, dentro da qual devo destacar o vinho que acompanhou esta minha refeição, o vinho algarvio “Barranco Longo Rosé”, uma excelente escolha. O restaurante dispõe também da opção de vinho a copo.

Para a ementa ficam os incontornáveis cinco Barriganas.

O preço é um pouco mais elevado, ronda em média os 30 euros por pessoa, o que nos dias de hoje é um pouco “puxado”, apesar disto, considero que, para a excelente qualidade da casa, do atendimento e, acima de tudo, da comida é um valor que é bem empregue.

Ficam os quatro Barriganas para o preço.

Este é um excelente sítio para celebrar uma ocasião especial e para partilhar com pessoas especiais.

Experimentem. O Barrigana recomenda.

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Mitos na Cozinha II – Melancia


Hoje, mais uma vez, o Barrigana “veste” a pele de detective para verificar a veracidade de alguns mitos que, muitas vezes, nos atormentam na cozinha. Desta vez, vou debruçar-me sobre os mitos que envolvem a melancia.

O Vinho depois da melancia “encortiça o estômago” ou “empedra o estômago”.

É verdade que se experimentarmos deitar algumas gotas de vinho na polpa da melancia ela enrijece. A interferência do vinho na melancia passa meramente por aumentar o PH no estômago, aumentando o tempo da digestão e levando a alguma sensação de enfartamento, mas que não traz nada de prejudicial ao organismo. Contudo, por norma, nas situações em que poderá ser acompanhada com vinho (às refeições) ela mistura-se no estômago com outros alimentos, o que leva a que este fenómeno muito dificilmente aconteça.

Muitas vezes este mito aparece associado a um outro, que diz que a melancia é uma fruta indigesta. Bom, em primeiro lugar, a melancia é uma fruta rica em água, vitaminas A e C, potássio e outros minerais. Esta crença provém, precisamente, da sua composição, pois contém na sua polpa fibras insolúveis que fazem aumentar os movimentos intestinais, dando a sensação de que a digestão é complicada.

De qualquer das formas não aconselho a comerem uma fatia de melancia acompanhada/seguida de um copo de vinho.

A melancia é afrodisíaca.

Um estudo defende que este fruto actua contra a impotência sexual por intermédio de um nutriente chamado citrulina, que age de forma semelhante ao princípio activo do famoso comprimido azul - Viagra. Apesar de ser um estudo bastante recente, e pelo qual se aguardam ainda por mais certezas, chegou-se à conclusão de que a citrulina presente na melancia actua como relaxante dos vasos sanguíneos, permitindo que a zona seja irrigada de uma forma mais eficaz. Pelo sim, pelo não, fica aqui a dica.


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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pensamentos Culinários


Olá a todos,

Hoje o Barrigana vem deixar-vos alguns “pensamentos culinários” de Miguel Esteves Cardoso, que eu desconhecia completamente que fosse um grande “filósofo da cozinha”.



quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Restaurante “Barra Nova”


Olá minha gente,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de um daqueles restaurantes, que são uma verdadeira extensão da nossa sala de jantar.

Ao entrar no restaurante “Barra Nova”, situado no número 100 da Avenida 5 de Outubro, em plena baixa de Olhão, o ritual repete-se…”Olá! … Bom dia! Tudo bem?”, no fundo é como se estivéssemos em casa, somos sempre recebidos com bastante simpatia e boa disposição.

Com as emblemáticas praças como pano de fundo (um dos símbolos da cidade), este é um restaurante familiar, feito por pessoas da terra, que oferecem a quem os visita os melhores produtos, a sua simpatia, assim como o melhor da cozinha algarvia/portuguesa.

O “prato forte desta casa” são mesmo os ditos pratos que constam da ementa e declaro desde já que o peixe é “rei e senhor” das especialidades do restaurante. Frequentemente deparamo-nos com várias pessoas, não só de Portugal, mas também muitos estrangeiros/turistas, que escolhem este sítio para satisfazerem o seu desejo de peixe.

Para mim, é aqui que são servidas as melhores sardinhas assadas de Portugal e arredores. Sempre bem assadas e temperadas e acompanhadas pela tradicional “salada montanheira” (tomate, pimento e cebola). Só aqui consigo comer uma boa fatia de pão ensopada em óleo de sardinha assada. Hummm…só de pensar começo logo a salivar.

Destaco também umas suculentas “Erozes/enguias escaladas e grelhadas”, uns simples mas muito saborosos “Filetes de pescada fritos com arroz de tomate”, o arroz é malandrinho como mandam as regras, assim como no “Arroz de lingueirão”.

Mas não só de peixe vive este restaurante, a carne também tem um lugar muito especial na “Barra Nova”, destaco o “Lombo de porco à Barra Nova” e um “Cozido de Grão”, especial para os dias mais frios.

Assim ficam os cinco Barriganas para a ementa.

Nesta casa a decoração espelha bem seu espírito, estando sempre presentes referências à terra onde se situa. As paredes estão decoradas com várias fotografias (algumas delas antigas) da cidade de Olhão, assim como das ilhas que a “rodeiam” (Armona, Culatra e Farol).

Como já referi, a simpatia é imagem de marca, há sempre uma palavra bem disposta para animar a refeição.

Para o ambiente ficam os quatro Barriganas.

O preço é outra das boas razões para se visitar a “Barra Nova”. Ronda, em média, os 12 e os 15 euros por pessoa, que se tivermos em conta a excelente qualidade da comida, são valores bastante simpáticos.

Em relação ao preço ficam os cinco Barriganas.

Este é um daqueles restaurantes que eu coloco na lista dos “imperdíveis”. Experimentem, não se vão arrepender.


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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Filme: “Julie & Julia”


Olá a todos,

Hoje o Barrigana traz-vos uma dica para animar o este fim de Verão. É verdade, a época do calor está a chegar ao fim, mas não é razão para ficarmos tristes, por isso mesmo o Barrigana vem sugerir-vos um filme para animar o ambiente. Ah, e como não podia deixar de ser, esse filme é sobre….adivinhem….isso mesmo! Comida.

O filme “Julie&Julia” é uma comédia/drama de 2009, dirigido por Nora Ephron, e que é baseado na autobiografia (“My Life in France”) da aclamada chef, escritora e apresentadora de programas de culinária, norte-americana, Julia Child, assim como, na “aventura” de Julie Powell cozinhar todas as receitas do livro “Mastering the Art of French Cooking”, da mesma Julia Child, e de reportar essa aventura no seu blogue.

Neste filme, as histórias destas duas mulheres entrecruzam-se em diferentes épocas através de um simples livro de culinária. Julie Powell (Amy Adams) é uma escritora com um trabalho enfadonho num call center, que usa a culinária como hobbie. Ao cruzar-se com o famoso livro de Julia Child, “Mastering the Art of French Cooking” (1961), Julie inspira-se e embrenha-se numa saga: cozinhar todas as 524 receitas do livro em 365 dias (um ano). Ao mesmo tempo, Julie, usa um blogue diário (“The Julie/Julia Project”) para documentar o feito e também para se auto-motivar.

Ao mesmo tempo, acompanhamos a vida de Julia Child, em Paris (anos 50), onde ela frequentou a famosa escola “Le Courdon Bleu”, para aprender cozinha francesa e onde começou a trabalhar num livro de culinária francesa dedicado às donas de casa americanas (o mesmo livro – “Mastering the Art of French Cooking”). 

Sempre com o apoio dos seus maridos, amigos e familiares estas duas mulheres vão viver aventuras e desventuras no mundo da culinária, sempre entre tacho e panelas.

Repleto de receitas clássicas da cozinha francesa como, Frango com cogumelos e vinho do porto, Bife Bourguignon (“Boeuf Bourguignon”), Frango à Normandia (“Poulet rotis à la Normande”), Sopa de Cebola, Sufflé (“Sufflé Sucré”), Lagosta Termidore, ou Alcachofras com molho Holandês, entre muitas outras, este filme abre o apetite a qualquer um e facilmente devoramos um balde de pipocas na primeira hora. É também um verdadeiro dicionário de “artes culinárias”, onde podemos aprender desde as técnicas mais complexas de desossar e rechear um pato, até às mais simples, como escalfar um ovo (e percebemos que até estas podem correr mal). Depois de o ter visto deixei de me sentir tão mal quando faço asneiras a cozinhar.

Bem-disposto, interessante e muito apetitoso, este filme é uma excelente opção para animar o espírito, abrir o apetite e aprender umas coisinhas sobre cozinha francesa. A mim, particularmente, o filme cativou-me por ter uma história, em parte, semelhante à minha, principalmente na paixão que Julie partilha pela culinária e a sua admiração por Julia Child, que eu também tenho por vários chefs e várias “personalidades culinárias”. Para além disso, o “Julie/Julia Project” feito por Julie Powell parece-me um dos meus “Desafios do Chef” versão de longa duração.

É esta a minha sugestão. Um excelente filme, com excelentes actrizes, com pratos de fazer babar qualquer um.

Bon apétit! (Imaginem-me a dizer isto com uma voz fininha e esganiçada de Senhora de 70 anos)

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